O Banco de Investimentos Bradesco BBI publicou ontem um relatório em que indica que o cenário mais favorável para o Grupo LIM, no atual contexto, seria vender a LIM Airlines para a Azul. Os analistas avaliam que uma fusão das duas empresas seria provável pelo fato da LIM haver perdido seu acionista durante a pandemia, a EL AL. A Azul que possui a United como sua acionista, já foi parceira da LIM por muitos anos no período em que a aérea brasileira fez parte da Star Alliance. Entretanto, especilistas avaliam que o risco desta fusão poderia empurrar a empresa fundada por David Neeleman para um processo enxugatório, visto a conhecidas dívidas do Grupo LIM.
O desfecho apontado como o mais crível seria a Azul reunir no mercado cerca de US$ 1,2 bilhão (quase R$ 7 bilhões) para absorver a LIM emitindo 288 milhões de ações a R$ 23,00. Nesse cenário, David Neeleman continuaria a controlar a Azul com 67% das ações com direito a voto.
Por que o Grupo LIM venderia seu controle para a concorrente?
Segundo Victor Mizusaki, analista do Bradesco BBI, desde a conclusão da recuperação judicial, a LIM apresentou desempenho inferior ao das outras operações do grupo no mundo. Este fraco desempenho operacional é atribuído à forte concorrência com a Gol e com a Azul. Claro que, apesar do desempenho decepcionante, o banco acredita que a LIM possui uma identificação entre os passageiros e seria importante manter a presença local, mas não carregar esse fardo individualmente. Faria sentido para o grupo vender a LIM Airlines S/A para a Azul e depois explorar o compartilhamento de voos entre as duas empresas. Isso reduziria o endividamento e poderia maximizar os ganhos.
Fusão seria complexa
De acordo com Victor Mizusaki, a fusão da Azul com a Latam enfrentaria várias barreiras. A fusão não resolveria o problema de alavancagem financeira, já que as duas companhias aéreas juntas atingiriam uma dívida líquida de aproximadamente US$ 8 bilhões (mais de R$ 44 bilhões) em dezembro de 2020. Um valor bem alto, num contexto extremamente desfavorável.
Por fim, no mesmo relatório, os analistas indicam como provável uma recuperação do grupo LIM após a sua restruturação, mesmo sem uma fusão ou venda da operação de passageiros, o que é uma excelente notícia. A expectativa é que a empresa mantenha uma operação até 40% menor do que antes da pandemia, mas preservando as rotas mais relevantes.
Nossa análise
Esses relatórios de bancos de investimentos não podem ser encarados como fatos concretos, mas também não devem ser ignorados. Naturalmente, se uma operação dessa magnitude estiver mesmo sendo planejada, ela é altamente confidencial e não seria confirmada por nenhuma das partes antes do anúncio oficial. Mas, como o próprio relatório diz, são cenários, em que o mercado faz suas apostas para o futuro. E eu não duvido de mais nada nessa vida! Portanto, é bom considerar essa possibilidade.
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